A pedidos

O blog continua em recesso, mas para quem pediu via twitter, coloco aqui a íntegra das conversas gravadas pelo dono da Croc Tapioca, José Carlos Rodrigues.
O aparelho de MP3 com as conversar foi apreendido pelo Ministério Público Estadual durante busca e apreensão na casa de Rodrigues.
Nos áudios, ele conversa com Sérgio Duboc, ex-diretor Finaceiro da AL e com Sandro Matos, servidor da AL, ex-integrante da comissão de licitação.
Só para lembrar, José Carlos Rodrigues é ex-marido da Daura Hage, ex-servidora da AL que fazia parte da Comissão de Licitações da casa.
Entre 2005 e 2006 (gestão do hoje senador Mário Couto) a empresa dele, a Croc Tapioca, teria fechado, segundo o MP, contratos no valor de R$ 8 milhões com a AL.
As conversas indicam que havia um movimento para uniformizar depoimentos e uma negociação para comprar o silêncio de José Carlos.
Essa transcrição foi decisiva para que juiz Pedro Sotero decretasse a prisão de José Carlos, de Duboc e de Sandro Matos.
Duboc ainda não foi encontrado e para a Justiça encontra-se na condição de foragido.





Em atenção à solicitação para degravação de áudios presentes em CD contento as pastas A, B, C e D, cada uma com 17 (dezessete), 07 (sete), 2 (dois) e 0 (zero) arquivos de áudios, respectivamente, apresentamos os trechos mais relevantes relativos à operação Hiroshima – Caso ALEPA, o qual foi entregue no Setor de Interceptação e Análise às 10h45min do dia 07 de junho do corrente.
A gravação dos áudios foi feita, aparentemente, em ambientes abertos, sujeitos à circulação de pessoas e veículos o que prejudicou a qualidade dos áudios e a compreensão de alguns trechos das falas dos interlocutores.
Em todos os áudios está presente a fala do Sr. José Carlos, ex-marido de Daura Hage, proprietário da empresa JC Rodrigues - indústria de farinha de tapioca – utilizada, segundo o mesmo, para forjar processos licitatórios e assim facilitar os desvios de verba pública nos quais Daura Hage está envolvida.
Em suas falas, José Carlos busca junto a um homem que se identifica com Sérgio e um outro ao qual ele chama de Sandro, apoio para pagar a dívida com a Receita Federal, contraída no período de 2004 a 2007, quando a empresa JC Rodrigues era contratada para prestação de serviços e aquisição de mercadorias sem licitação pela ALEPA. A dívida, segundo José Carlos, passa dos duzentos mil reais, para a qual foi negociado parcelamento, não cumprido por Daura Hage e Rosana Barleta.
Há trechos em que José Carlos afirma ter provas materiais suficientes para incriminar Daura Hage no caso ALEPA, envolvendo, inclusive, um Senador da República, mas que ele poderia calar-se caso os problemas com a JC Rodrigues fossem resolvidos, insinuando que precisa de muito dinheiro para inserir-se no mercado novamente.
Em sua entrevista com um advogado, José Carlos e Sandro falam de muitos detalhes sobre os desvios de verba pública que ocorriam na ALEPA envolvendo Daura Hage, sendo esta acusada por ele de falsificar documentos fiscais da empresa JC Rodrigues.
Os demais áudios referem-se a consultas espirituais que José Carlos faz, buscando obter orientação sobre a abertura da nova empresa.
Este Auto Circunstanciado foi gravado em CD, juntamente com os arquivos de áudios, e entregues ao Promotor de Justiça, Dr. Arnaldo Célio da Costa Azevedo, em 08 de junho de 2011.

Setor de Interceptação e Análise
GEPROC/Ministério Público do Estado do Pará.

=============================================================================

ÁUDIOS DA PASTA “A”

ÍNDICE: A0030522
OBSERVAÇÃO: Gravação sem interesse ao objeto da investigação. Falas referem-se a culto religioso.

ÍNDICE: A0050528
OSERVAÇÃO: Áudio refere-se à conversa entre duas mulheres e o ex-marido de Daura Hage. Sem Interesse ao objeto da investigação. Falas referem-se a trabalhos e problemas espirituais.

ÍNDICE: A0060528
OBSERVAÇÃO: Áudio refere-se à conversa sobre trabalhos e problemas espirituais.

ÍNDICE: A0070604
OBSERVAÇÃO: Áudio refere-se à conversa sobre trabalhos e problemas espirituais.

ÍNDICE: A0080714
OBSERVAÇÃO: José Carlos X Sérgio - José Carlos procura Sérgio para informá-lo de que a fábrica de tapioca da qual é proprietário está passando por situações difíceis em decorrência das denúncias envolvendo a ALEPA. José Carlos comunica a Sérgio que quer a casa e o terreno que passou para o nome da Daura de volta para que ele possa, com o dinheiro da venda desses imóveis, construir uma nova fábrica.




(Transcrição iniciada a 2min19seg. da gravação)
(...)

JC – (...) Começa a entrar a Assembleia Legislativa a partir daí. Tudo que foi feito pra minha empresa, não foram recolhidos impostos federais, tá. E essa negociação aconteceu há um tempo atrás, a um ano e meio mas ou menos, e eu pedi que a Rosana resolvesse com a Daura isso. E se mostraram na época até intencionado a resolver o problema, fizeram um parcelamento da dívida na Receita Federal que era mais de 200 mil na época. Fizeram o parcelamento. E eu disse “Rosana, vocês não têm interesse em pagar porque não está no nome de vocês. Eu vou abrir mão de todos os patrimônios que eu tenho com a Daura, mas eu só quero uma coisa: me repassem esses valores, que eu dou o meu jeito. Eu assumo o compromisso com a receita e vocês ficam isentas.” Fizeram o parcelamento em cinco anos.
S – Hum...
JC – (...) Não pagaram a dívida. O parcelamento já foi suspenso.
S – Eu já entendi. Só que...continue.
JC – Eu comecei a receber comunicado da Receita Federal e o último foi esse. Um mandado de citação, tá? Já está ajuizado isso. Eu já estou com a minha empresa em divida ativa, tá certo? Quando eu tomei conhecimento disso aqui foi quando eu ganhei uma licitação e...Sérgio, eu tô numa situação muito delicada com a minha empresa.
S – O pior de tudo é que a doideira recebeu tudo, e os impostos e tudo.
(...)

[4min27seg]
S – Mas vocês foram pagos, não to dizendo a empresa. Foi pago o serviço, depois foi pago mais uma parte só pra cobrir todos esses impostos.
JC – Tô sabendo de tudo isso.
S – Quer dizer, e agora a batata fica na minha mão, de novo.
JC – É, não, pior que não está na tua mão. Eu vou te colocar certas coisas aqui, Sérgio, que é pra você entender assim como a gente não conhece as pessoas, nem convivendo.
(...)

[5min24seg]
JC - (...)Eu ganhei uma licitação agora há quatro meses atrás de 87 mil reais. Na hora da apresentação da documentação minha empresa foi excluída por causa desse débito com a receita federal. Foi quando eu vim tomar conhecimento disso. Então, eu tentei tomar contato com Rosana, com o pessoal todinho, com Daura e nem me atenderam. Então pararam de pagar. Ai, quando começou...
S – Mas chegaram a pagar algumas parcelas?
JC - Chegaram a pagar algumas parcelas, sim. Chegaram a pagar algumas parcelas.
(...)

[7min24eg]
JC – (...) Passaram a pressionar a Daura. “Carlos o que é que tu queres?” – “Eu quero pagar minha dívida na receita federal. Eu quero limpar meu nome. Eu quero tocar minha empresa. Eu vivo disso. Eu não tenho outra fonte de renda.” Então, o que é que eu quero: o acordo que eu fiz com a Rosana há um ano e meio atrás, ou seja, Rosana, me repassa esses valore da receita federal que eu negocio com a receita. Eu vou parcelar e vocês perdem o vinculo comigo. Não está no nome de vocês, vocês não vão ter interesse em pagar.
(...)

[8min15seg]
JC – (...) Então, Sergio o Sandro entrou em negociação com a Daura há quinze dias atrás. Se reuniram com a Daura umas três vezes. Daura, Rosana, Sandro e mais uma turma de (incompreensível) o pessoal da assembleia e pesquisaram a minha vida toda, vasculharam a minha vida toda pra ver se achava um rabo de gato. Não acharam nada.
(...)

[9min27seg]
S – Olha, eu num.. eu acho o seguinte: deixa eu te explicar um negócio. Você diz que é uma pessoa...você tá dizendo, porque a gente tá se conhecendo agora, que você é uma pessoa coerente e justa então veja bem o seguinte: eu não sou mais de lá pra sair, né?
JC – Hum..
S – Não sei se você sabe disso?
JC – to sabendo.
S – Então deixa eu te dizer: tudo no tocante a essa instituição foi cumprido. Inclusive foi cumprido posterior porque disseram que faltava não sei do quê do imposto, que já tava e foi feito de novo, foi tudo pago, acreditando eu que quem geria esse recurso lá era você.
JC – Rosana, Rosana e Daura...
S – Não, geria o recurso no banco. É...é...eu não sei quem é que geria.
JC – Eu não tinha acesso nenhum a isso.
S – Mas você...mas ia pra sua conta.
JC – Não ia pra minha conta, Sérgio. Infelizmente eu posso te informar isso: não ia pra minha conta.
S – Ah, não?
JC – Não.
S – eu não sei disso também..
JC – Então, é isso que eu to te falando que nisso te preservaram de muita coisa. Isso aqui é o relatório de faturamento de todos os cheques emitidos. Você como tem conhecimento de toda essa área, domina essa área, eu libero qualquer sigilo bancário pra ver se um cheque desse caiu na minha conta quando na minha empresa. Nunca Sérgio. Todos os cheques Daura, Rosana administravam. Não me pergunte pra onde foram, quem foi beneficiado com esses cheques.
(...)

[11min15seg]
JC – (...) Eu vou...eu estou usando você como último recurso pra não mexer com o nome do Senador que era na época...
S – Não, mas isso não vai mexer.
JC – É...cê sabe que mexe, Sérgio...
S - Não, não mexe porque isso aí, a confusão que acontecer, que aconteça, estoura na mão de todo mundo. Olha, eu sou uma pessoa que se tiver que estourar, estoure. Tá entendendo? Eu não sou, eu não sou de me impressionar com essas coisas. Se tiver que estourar vai ser aquela cagada, e aí vai envolver todo mundo, você inclusive.
JC – Inclusive,...mas eu to ciente disso.
S – Entendeu?
JC – Eu to ciente disso, eu to ciente disso.
S – Isso não é caminho pra, pra...
JC Eu estou ciente disso. É por isso que eu estou com advogado já com a petição pronta pra dar entrada no Ministerio Público, mas ciente de que eu tenho que responder também. Agora pra mim é muito fácil...
S – (incompreensível – parece dizer “e essa droga, pra quê)
JC - E eu vou fazer uma denúncia contra a Daura. Agora infelizmente essa denuncia contra a Daura, vai ter que ser feito uma ...uma...vamos dizer assim, uma averiguação pra onde foram esses cheques.
S – Ela vai ter que dar conta.
JC – É, ela vai ter que dar conta. Eu, eu to falando pra você isso porque eu acho que você não sabe de nada dessa historia.
S – Não, não sei mesmo.

JC – É uma coisa séria. A Daura não mediu ainda as consequências dos atos dela, por uma ganância, por um capricho. A Daura procurou agora uma pessoa em Mosqueiro, quando o Sandro passou a pressionar..o Sandro e a Rosana passaram a pressionar a Daura...
S – Hum..
JC – Ela procurou uma pessoa em Mosqueiro pra procurar uma casa pra ela comprar, uma casa até 200 mil reais, pra ela tirar todas as coisas dessa casa que eu to pleiteado e passar pra essa casa que ela vai comprar.
S – E como ela vai comprar?
JC – Sérgio, a Daura tem muito dinheiro guardado, Sérgio.
S – Cê acha?
JC – Eu num acho eu tenho certeza, porque antes de eu sair daquela casa eu fotografei malas e sacolas com dinheiro.
S – É mesmo?!
JC – Sérgio, é mais sério do que você possa imaginar! Eu tenho fotografias de maletas de dinheiro. Eu tenho...no dia que nós mudamos pra essa casa que a Daura mora nos tivemos uma briga...
(...)


[14min40seg]
JC – (...) Inclusive aquele comentário, não sei se você soube de um contador que enganou eles lá, que... uma historia de um contador, que esse contador inclusive eu vim descobrir que ela pegava esse dinheiro também, e era uma pontinha pro cara lá e uma pontinha pra ela, entendeu? E o contador acabou enganando ela e a todo mundo.
S – Tá certo.
(...)

[19min15seg]
JC – (...) A Daura que eu vou falar ficou cheia de patrimônio. A Daura comprou dois apartamentos nos melhores condomínios de Salinas. Tá lá dois apartamentos. Eu vim saber, tudo escondido de mim. Sem eu saber. Pô, que diabo de esposa é essa, porra? Então, tudo isso eu vim descobrir, porra.
S – Dois apartamentos em Salinas?
JC – Dois apartamentos em Salinas. Tá aqui o recibo. Eu tenho o recibo de tudinho que eu xeroquei tudinho. Então , sabe isso aí é covardia, não tem necessidade disso .
S – eu vou ver lá, eu vou ver com a Rosana, se ela estiver lá, quê que tá acontecendo, e dizer pra ver o quê que é, porque que aconteceu essa historia aí. Agora pô, é foda, porque o que é ruim é que as pessoas serem envolvidas que não tem nada a ver .
JC- Não tem nada a ver. Não tem nada a ver. Por um capricho besta, por uma ganância que não tem precedentes., sabe?.... Eu disse tudo isso pro Sandro. Eu digo “Sandro, olhem o quê que a Daura está fazendo. Tentem convencer a Daura que ela não está sozinha nessa historia, que ela está envolvendo pessoas que não têm nada a vê com isso.” Pô, mas nem assim. Hoje tá completando dezesseis dias que começou essa negociação, sem contar com um ano e meio atrás que a Rosana participou da negociação. Pô, então tão brincando. Pelo amor de Deus!..
S – Mas, mas essa casa no Mosqueiro continua no nome dela, hem?
JC – Essa casa, é eu comprei...com a minha empresa.
S – Pois é.
JC – Eu passei pro nome dela. Eu passei uma procuração pra ela.
S – E é essa que você quer de volta.
(...)

ÍNDICE: A0090000
OBSERVAÇÃO: Apenas ruído de ambiente.

ÍNDICE: A0100000
OBSERVAÇÃO: HNI testando a gravação de um equipamento.

ÍNDICE: A0110101
OBSERVAÇÃO: Gravação sem interesse ao objeto da investigação. José Carlos em sessão espírita.

ÍNDICE: A0120101
OBSERVAÇÃO: Gravação sem interesse ao objeto da investigação. José Carlos em sessão espírita.

ÍNDICE: A0130110
OBSERVAÇÃO: Gravação sem interesse ao objeto da investigação. José Carlos em sessão espírita. Falam data de nascimento do José Carlos, 14/01/61, e nome e data de nascimento de Cristina Rodrigues de Oliveira Santos, 29/11/70.

ÍNDICE: A0140220
OBSERVAÇÃO: Gravação sem interesse ao objeto da investigação. José Carlos em sessão espírita.

ÍNDICE: A0150301
OBSERVAÇÃO: Gravação sem interesse ao objeto da investigação. José Carlos vai até a Delegacia conversar com a Delega sobre a perícia de um veículo, a venda de uma Van que José Carlos fez ao Antonio e a tentativa de licenciamento irregular da van pelo Sr. Antonio no DETRAN. José Carlos reclama com a Delegada o fato de a Daura ter prestado depoimento como testemunha do Sr. Antonio.


ÍNDICE: A0160309
OBSERVAÇÃO: Apenas ruído de ambiente.


ÍNDICE: A0170503
OBSERVAÇÃO: José Carlos x Sandro –( Há muito ruído ambiental o que dificulta a compreensão de diversos trechos da fala )- José Carlos fala para Sandro que no dia anterior dois oficiais de justiça foram até a casa dele. José Carlos fala que está entrando em desespero e que não tem mais pra quem apelar, pois perdeu clientes por conta do caso da ALEPA. Sérgio propõe um encontro entre os envolvidos e Jose Carlos recusa. José Carlos afirma ter ligações gravadas da Daura que podem isentá-lo de culpa no caso ALEPA.

(Transcrição iniciada a 6min51seg da gravação)
(...)
JC – O que eu to querendo, simplesmente, Sérgio, é que vocês resolvam com a Daura o meu problema com a Receita Federal. Porque tu não acredita, cara. E outra coisa, eu a qualquer momento eu entro com uma ação contra a Assembleia. Porque o órgão arrecadador é a Assembleia (...)
S – Eu to, eu to aqui, na realidade, também fudido nessa história, (incompreensível) eu mais o pessoal da Assembleia...
JC – Não, precisa ter diálogo...
S – Eu me mantenho...eu mantenho o mesmo pensamento, ainda, da situação. (Incompreensível) me causa ansiedade, me dá muito aperto. E, a única coisa que eu não acredito é quando tu dizes que tu és um homem fudido. Tu não és um homem fudido. Tu estais fudendo todo mundo que se meteu com a Daura, direta ou indiretamente.
(...)

[9min7seg]
S – O que eu posso agilizar é conseguir um encontro teu com essas pessoas, pra ver que medida tomar, né. Nesta semana foram canceladas todas as audiências. Todas essas audiências foram cancelada em função...não sei o que tá acontecendo. Não sei se tão negociando (incompreensível). O que eu to sabendo é o que eu li no jornal. Porque eu to cumprindo aquela orientação que eles me deram. Quinta-feira que eu procurasse pra saber que rumo tá tomando essa novela. Se tu quiser te encontrar com algum deles pra expor....
JC – Eu não faço questão de conversar com ninguém, e eu vou te explicar porque: é já começou a bater o desespero em mim. Eu te digo mesmo, presta bem atenção, a minha participação nessa história ela começa no momento que eu sou o marido na época atual da Daura, tá? Então, o primeiro questionamento é “o cara sabia de tudo.” Agora, infelizmente, pra muita gente eu tenho como provar de que eu não sabia de nada. Sabes por quê? Porque eu tive, eu até agradeço a Deus, pelo bandido ter assaltado a minha casa e entrado na porta de casa, e dele ter ficado com a família dele ligando, ameaçando. Foi quando eu tive a feliz ideia de botar pra gravar todos os telefonemas. E pra azar de muita gente eu gravei coisa que me isentam totalmente de qualquer problema com a Daura. A Daura é bem clara em algumas gravações quando ela diz “Marido não pode saber de nada.”. Então, Sandro, é vamos dizer assim, se eu partir sozinho pra essa briga eu tenho como provar que eu não sabia de nada, que eu fui usado, sim.
(...)


[17min53seg]
S – O quê que é esse montante pra mudar pra uma outra empresa, pra...
JC – Sandro, eu não tenho...eu não fiz levantamento de nada ainda de valores, porque...
S – Porque não d dá pra eu chegar sem valor, também..
JC – Pois é! Eu vou chegar com os caras hoje e dizer assim: “Olha, me dá um real, me dá um milhão, dois milhões.” Não é isso! Que fique bem claro, Sandro, que eu não to querendo tirar proveito de porra nenhuma. (...)
(José Carlos começa a falar dos documentos e taxas que ele precisa para abrir uma nova empresa e que o custo é alto. José Carlos ainda levanta a questão da dívida de mais de duzentos mil com a Receita Federal).

[19min16eg]
S – Existe. Porque a primeira conversa que se teve foi com essa intenção de dizer quanto é que seria o silencio lá, certo!? A primeira conversa que veio foi essa, entendesse? Então, eu acredito o seguinte, o que puder...é...é uma opinião minha, a gente aproveita (incompreensível) que tem que mudar o nome da empresa e chegaria lá e falava “eu vou precisar mudar o nome da empresa” (...)
(trecho com muito ruído.).
(...)


[20min52seg]
S – Não tenha dúvida, não tenha dúvida que se a investigação continuar que a Receita vem em cima com caralho.
JC – Eu vou te dizer o porquê, porque o Ministério Público Federal também tá...
S – Tá, tá. Entendestes? Então é isso aí gente, mas isso é uma outra fase. Na hora em que isso aí estiver acontecendo, a gente vai chamar a responsabilidade das pessoas que foram responsáveis por tudo isso pra acompanhar a cagada toda. É essa que é a ideia. É essa que é a...técnica que tá sendo usada por todo mundo: vamos resolver as coisas por a cá. Uma coisa de cada vez.
(...)

[25min01seg]
S – A gente vai chegar num acordo, numa negociação, porque a gente tá numa mesa de negociação. Se o pessoal conseguir um valor, vamos supor hoje (incompreensível) de imediato. Se o pessoal conseguir isso daí, aí, tu tem que ficar sabendo que essa parte da Receita Federal que tá pendente não tem como requerer agora.
JC – Sandro, deixa eu tentar ser mais claro contigo.
S - Não tem como, não tem rapaz....
(...)

(José Carlos fala para o Sérgio que precisa de dinheiro pra montar a nova empresa e insinua que precisa de mais dinheiro para compensar os prejuízos morais que teve com o caso da Alepa e que ele, José Carlos, pode livrar-se dessas acusações sozinho ou pode vestir a camisa do time ao que Sérgio responde que ele está ficando muito caro.).

[45min55eg]
JC – Inclusive por um detalhe. Anota o nome que eu vou te dar, se tu tiveres confirmação. Tens caneta ai? Sabes que eu to movendo uma ação contra ele, que a Daura se aliou ao cara. O Cara sem querer, que um linguarudo, abriu a boca aqui em Mosqueiro, sugerindo ...”Alcione Braga de Lima”, é funcionária fantasma da Assembleia também, que uma vez por mês vai na casa da Daura buscar o dinheiro. É esse pessoal que tá movendo uma ação, que a gente tá brigando na justiça, que Daura confiou nesse pessoal. A outra é uma manicure, só sei que é Suely...é Suely o primeiro nome dela. Suely...mas se for, se bater o sobrenome dela eu já te digo. Porque eu não sei se ela é casada com o cara. Essa causa judicial da justiça do trabalho...uma outra é Lenice...são três pessoa. Maria Lenice. Essas três pessoas aí. E se tu tiver alguma novidade com esses três nomes aí, tu me dá um toque. E por incrível que pareça são três pessoas que a Daura se aliou (incompreensível). Mas Deus é tão justo, que o cara abriu a boca aqui em Mosqueiro pro amigo e eu não sabia (incompreensível). Aí ele disse “Ih, rapaz! Tu tá desempregado! Me dá teus documentos que eu dou pra Daura lá em Belém. Olha, eu só vou uma vez por mês pra receber o dinheiro.” “Mas porque ó uma vez por mês?” “Ah, porque ela me colocou como funcionário da Assembleia lá, e eu só vou lá pra receber o dinheiro.” Ai, esses coitadinho que aparecem em jornal “Ah, eu não sabia.”. Sabiam sim. Sabiam sim. O quê que eu imagino que a (incompreensível) fazia, devia ta fazendo: paga um salário aí de cinco mil, seis mil, sei lá quanto aí, aí ela tirava mil reais, “Toma, duzentos reais. Dava o salário deles e ficava com o resto”. É o que a bacana aqui em Mosqueiro, disse. Foi o que ela disse aqui. Eu digo “Puta que pariu, eu dentro daquela casa e não sabia de nada!”. Eu sabia da cesta básica, disso eu sabia, que ela dizia que eram os deputados que davam pra ela.
(...)


ÍNDICE: A200509
OBSERVAÇÃO: José Carlos x Sandro x Advogado - José Carlos e Sandro procuram o Advogado para que faça a defesa de ambos. Relatam os fatos que acabaram por envolver a empresa JC no caso ALEPA.

[Transcrição iniciada a 6min56seg]

(...)
JC – É e nessa época, Sandro, eu já estava em litígio com a Daura. Então, eu na verdade eu descobri, por um acaso eu descobri o que ela estava fazendo com a empresa.
Dr – Ela é engenheira, é?
JC – Não, não. Ela é gestora de órgãos públicos e....
S – Ela se formou recente, né?
JC – É, ela se formou o quê...em 2007, 200...
Dr – Mas ela era sócia da empresa, era?
JC – Não, é firma de empresa individual.
Dr – Ah, tá.
JC – É empresa individual. E a minha atividade principal, apesar de eu ter outras paralelas, por exemplo, locação de veículos. Eu sempre trabalhei...eu nasci em oficina de carro. Meu pai era um cara antigo no ramo de carro e tudo. Então, essa empresa em Quatipuru, Sandro.
Dr – Primavera?
JC – Isso. E quando eu constitui essa empresa foi pra montar uma indústria de beneficiamento de marisco. E após isso aí, como tinha muito problema de fiscalização negócio de saúde, as condições eram precárias lá, o que é que eu fiz: vim pra Santa Izabel e foi quando eu entrei na atividade de farinha de tapioca. E eu mecanizei todo o processo de farinha de tapioca, e eu montei a minha fábrica.
Dr – E esse tapiocômetro tem a ver com você?
JC – Tudo, tudo.
Dr – É mesmo, é?
JC – Tudo. Então, eu não quero aqui dá uma aqui de menino ingênuo, tolo.
S – Deixa eu só...pro senhor se situar, pra ficar legal...
Dr – Deixa só eu fazer uma observação, veja bem, pra gente se situar, pra gente compreender a nossa linguagem. Eu costumo dizer que o maior advogado é o próprio cliente, porque quem conhece a história é o cliente (....)

(O advogado pede que eles narrem os fatos e que ele, por enquanto, só quer ouvir. O Sandro começa a narrar os fatos para o advogado, informando que a empresa JC Rodrigues começou as atividades na Assembleia em 2004 e que ele, o Sandro, foi chamado para trabalhar na licitação e foi quanto detectou um erro de documentação da JC Rodrigues, pois a mesma não se enquadrava nos requisitos para venda de material de engenharia e etc. E que em 2007, na gestão do Juvenil, o chamaram para revisar a documentação e foi quando ele percebeu que havia muita documentação errada e falsa, e o trabalho dele seria maquiar as coisas. Que o Sérgio sabe de tudo isso, de tudo que foi feito para regularizar a JC Rodrigues. Que um dos maiores problemas era que havia muito processo de dispensa de licitação em nome da JC Rodrigues e que o Dr. Sabatto estava ciente disso. O Advogado pergunta se Sandro conhece o Sabatto no que ele nega, mas afirma que o Sabatto foi quem gerenciou a crise daquela época. Que a empresa da época do Mário Couto, da engenharia, que pode fazer com que a investigação vá mais longe. Falam que foram feitas alterações retroativas. Que os prontuários antigos não existiam mais. O Advogado pergunta pelos processos que estão em perícia no Ministério Público e que isso é preocupante. Sandro fala que a entrega do material foi toda atestada e isso não é preocupante. O Advogado pergunta se existe documentos ideologicamente falsos e José Carlos afirma que existe sim.).

[14min46seg]
Dr – Isso significa dizer que pode ter documento ideologicamente falso?
JC – Existe, existe sim. Existe porque o detalhe...
S – Não, não existe.
Dr - Ideologicamente falso. Formalmente está correto. Ideologicamente, é o conteúdo do documento, a origem do documento não está correto.
JC - E pra gente se situar melhor, é...houve esses processos todos, ali. Porém, nenhuma dessas situações, vamos dizer assim, passou por mim porque eu não tinha conhecimento de nada disso, porque ela começou a levar a JC pra Assembleia com o argumento de que ela queria fazer uma cobertura. “Preciso fazer umas coberturas de umas empresas, e tal e tal...” “Cuidado com o que tu vai fazer com o meu nome...”, mas ficou naquilo. Quando eu vim saber já estava estourando bronca de nota fiscal falsa da minha empresa. (...)


(O Advogado pergunta de como está a relação entre José Carlos e Daura, ele responde que não é boa. Que só ficou sabendo das ações da Daura em decorrência de um roubo que ocorreu na casa dele e que por sofrer ameaças telefônicas da família do ladrão, no que ele resolveu comprar um aparelho para gravar as ligações telefônicas de sua residência e foi quando começou a tomar conhecimento do volume de dinheiro movimentado pela Daura. Conta ao Advogado que na mudança de residência que fizeram havia três sacolas com dinheiro e quando abriu viu muito dinheiro lá dentro. O Advogado pergunta se a Daura tinha poderes legais para usar o nome da JC e José Carlos informa que a Daura falsificava a assinatura. Que ele só participou no momento de ter que corrigir os documentos pra a SEFA, que foi nesse momento que ele realmente assinou a documentação da JC relacionada a Assembleia. Informa ainda que a Daura o colocou como sócio de uma outra empresa sem que ele soubesse. Informa que está movendo uma ação contra a Daura por ameaça de morte. José Carlos conta ao advogado que nunca recebeu nenhum cheque da Assembleia. O Advogado pergunta se toda essa situação tem risco de “respingar” na administração do Mario Couto no que Sandro e José Carlos avisam que tem todas as possibilidades pois o Mário era administrador das despesas.).
(...)


[31min43seg)
S – Na realidade, deixa eu te falar uma coisa: A engenharia da Assembleia é uma das fontes de capitalização que o presidente usa dentro da Assembleia. Politicamente. Pra pagar deputados que ficam enchendo o saco. É uma pressão!..O Dr. Sérgio. Eu conheço o Dr. Sergio. E eu conheci a pessoa que foi o Dr Sérgio no primeiro mês de Assembleia e depois no final quando ele saiu. Porque é tipo assim, “Ou tu faz, ou tu rasga daqui. Ou tu faz ou eu dou entrada no teu pudor, na tua conduta e não tem jeito.” E no meu caso, se eu for chamado, eu vou ficar calado e vou deixar ir tudo pra justiça, não tem jeito mesmo. (...)
(...)


ÍNDICE: A0180506 – nada digno de registro

ÍNDICE: A0190506
OBSERVAÇÃO: José Carlos x Cristina x Emanuel (entidade)

(Transcrição iniciada a 5min08seg da gravação)

(...)
E: Agora meu filho, você vai buscar tudo o que você quiser e puder.
C: O senhor está falando em relação da negociação entre ele e o Sandro né?
E: Eu vou entregar na mão dele o que ele quer.
(...)

[10min]
C: Eles estão achando que foi o Zezinho que denunciou ela para o Ministério Público?
(...)

[15min03seg]
J: Parece assim que cada vez que eles dão um passo, eles se afundam mais; eles estão fazendo besteira em cima de besteira.
E: Mas tem que ser assim, meu filho.
C: Tá falando amor da Dukato?
J: É, do carro, que já descobri que tá no Mosqueiro.
C: A Daura tá enfiada com isso?
E: Todos - é uma quadrilha.
C: A delegada também?
E: É uma quadrilha.
C: A delegada também?
E: Olhe!
C: Não te disse amor!
J: É a gente não duvida mais de nada.
(...)

[16min18seg]
C: Ela também tá envolvida com o Toninho lá da fábrica?
E: Na certa minha filha; ela é da quadrilha do inimigo dele; é ela quem manda.

[19min24seg]
C: Como é que o Zezinho tem que fazer, como é que ele tem que fazer, se ele tem que procurar a delegacia, se ele não tem que procurar mais, porque isso já virou palhaçada?
J: Eu quero que ela me esqueça.
C: O Pálio tá lá, e aí como é que a gente deve agir agora?
E: Qual é a proporção que tá, minha filha?
J: Tem duas causas judiciais, uma na polícia e uma outra no juizado especial do Mosqueiro, então vai ser chamado no juizado e o juiz do Mosqueiro decidir. Como eu devolvi o Pálio para a polícia e a Van, ele vai ter que me pagar o que me deve, ou seja, duzentos mil reais. Ele vai ter que fazer isso, juiz nenhum vai dizer assim pra ele – olha, tu não deve nada pra ele, porque ele tá com tudo, ele tá com a Van, tá com o Pálio
E: O moço é o Antonio que tá.
J: É! Eu entreguei tudo pra delegacia lá.
C: E a delegada se vendeu.
(...)
J: Como é que uma pessoa dessa chega a esse ponto. Só pelo fato dela servir de testemunha numa delegacia, dela mandar...ela que levou foto pra delegacia de Icoaraci, o carro lá carregando e descarregando farinha.
E: Ela não mandou tirar sua vida? Ela mandou né? E da sua mulher?
J: Pelo o que se sabe né!
(...)


ÍNDICE: A0200509





ÁUDIOS DA PASTA “B”

ÍNDICE: B0010101 – ruído.

ÍNDICE: B0020101
José Carlos x Valdemar – diálogo sobre o carro apreendido.

ÍNDICE: B0040309 – sem áudio

ÍNDICE: B0050309
José Carlos x Sandro

(Transcrição iniciada a 4min32seg da gravação)

(...)
S: Desses processos todos, nós tivemos a infelicidade dos quatro processos que estavam com o Dr. Sergio, WTH, Tieta, que era JW e a JC e a outra eu não sei quem é. Pode até ser a (...), que era uma empresa de um funcionário meu (ruído). Entendestes? Então, a nossa preocupação, de um modo geral, se isso vai...quinta-feira o Dr. Sergio vai ser chamado pra depor, certo?
J: Qual é a situação do Sergio?
S: O Sergio não sabia de nada disso aí, nem ele e nem a Rosana, dessa questão do contra-cheque, da falsificação do contra-cheque.
J: (...)
S: As pessoas envolvidas eram: a Mônica, que era da folha e a Daura, por ganancia mesmo, em querer ganhar cada vez mais, e se meteu nesse boteco de informações; uma cagada terrível. Então, eu não sei, sinceramente, porque eu te falo o seguinte, eu fui uma das primeiras pessoas que descobrir que tinha uma lista, aquela equipe toda, de setenta nomes; quando eu vi essa lista, aí eu fui falar e aí foi um susto geral. E aí chamaram e aí infelizmente eu tava nessa lista e aí foi aquele desespero (...). aí foi surpresa, porque a gente faz aquilo que dar para justificar, o que não dá, ninguém é inconseqüente a tanto.
J: (incompreensível).
S: Na época tua, eu não fazia parte daquilo (...) se dava para barganhar alguma coisa era serviço, eu pegava uns serviços. Então era JF, era Cortes... eram as empresas que eu fazia os serviços. Quando era de vocês, eu fazia alguns serviços. Aí eu chegava e dizia – a obra aqui deu R$ 70.000,00, então esses R$ 70.000,00 é meu pra eu fazer a obra, esses pra cá, devolve pra lá, então era assim que era justificado; aí eu recolhia os impostos (...)
J: Come alguma coisa aí Sandro.
S: (...) tu sabes que quando eu venho aqui contigo, por trás de mim não sou só eu.
J: (...)
S: Viste! A gente quer saber tua posição por que provavelmente, se o Dr. Sergio quinta-feira ele vai ser chamado.
J: Mas isso está girando em torno dos processos...
S: Não tem nada haver; dos processos que acharam lá no Detran (...) A Rosana de cinco em cinco anos, ela manda os processos para o arquivo morto e aí quando falta alguma coisa, ela manda assinar; e aí ela estava mandando para o Dr. Sergio assinar; na correria dele, ele disse, porra, traz esses processos aqui pra mim.
J: Puta que pariu!
S: Foi como ele disse – eu dei uma de João doido, ele falando assim – eu dei uma de mane. Porque eu viajei, esqueci de devolver e aí na segunda-feira.
J: Tu tiveste contato com ele esses dias agora?
S: Sim! E aí o que acontece, a gente queria saber tua posição lá dentro da coisa, se tu for chamado. É só ir lá, trabalhei, fiz a obra e ponto final. Se tem algum erro no processo, o problema não é meu, apresentei minha proposta.
J: Vamos partir do princípio da coisa.
S: Só que pra isso lá, tu vás ter que contratar um advogado, tu vás ter despesa, aí a gente já está se prevenindo.
J: Sandro eu vou te ser mais franco possível – tu sabes aquela história assim... diz o ditado assim – que o corno é o último que sabe (...) o meu erro nessa história todinha, foi acreditar.
S: Foi acreditar.
J: Eu inclusive, tive uma conversa, depois que eu perdi o contato contigo, eu tive uma conversa com o Dr. Sergio, lá no apartamento dele, na Serzedelo, eu disse pra ele o seguinte: Sergio, a Daura que vocês conhecem (...) a Daura já tinha um histórico, mas eu não queria acreditar nisso (ruído).
S: A gente precisa de uma posição porque ela agora está atingindo todos nós.
J: Ela tá dando tiro no escuro.
S: Então o que a gente tem que fazer, se defender (...)
J: Por exemplo, quando se defender, aí é que tem o problema, quando se defender, vai defender o grupo ou vai se defender individualmente?
S: Não tô correndo atrás de todas as pessoas, pelo grupo. O que tá acontecendo? Nesse grupo, a Daura tá lá envolvida lá, no processo da folha, ela tá fudida, não tem ninguém a favor dela. Até mesmo porque a Mônica foi no Ministério Público e falou que o Dr. Sergio tinha não sei quantos funcionários e recebia, que a Rosana tinha não sei quantos (...). A Dauria tem porque pegaram na casa dela, não sei quantos contra-cheques e ela assumia pra gente, ela falou. Ela disse – eu tava nisso daí. Eu fui infantil. Não, infantil não
J: Não.
S: Tu sabes que eu tenho o mesmo pensamento que tu nessa hora. Eu tive um problema muito sério com a Daura naquela ocasião.
J: O que foi que tu fizeste com a Daura?
S: Tu sabes que eu fiquei sabendo dessa história (ruído) ele viu um papel lá na tua mesa ou uma coisa assim, que tava uma denuncia né? Quando o Christian me falou, eu fui pra cima dela; quando eu fui pra cima dela, aliás eu fui conversar com a Rosana, quando eu fui lá com a Rosana, a Rosana disse que esse papo já rolava um ano e meio, ela te enrolando, a Daura (...) eu seria hipócrita e imbecil de chegar aqui e te falar que a Daura falava bem de ti, que ela não falava, eu seria idiota se eu chegasse aqui e dissesse que a Rosana tava puxando o saquinho do teu lado, que ela não tava, ela sempre vai defender a Daura, que é amiga dela. Eu estando aqui, eu estou livrando a minha cara; uma coisa eu te digo – eu tô defendendo eles também, tu estás entendendo? Eu tô defendendo eles também, se não eu não estava aqui em nome do chefão. Porque foi ele me pediu para eu chamar todas as pessoas, porque eu banquei uma de mane, aconteceu isso e levaram o papel daqui. Eu vou chegar lá... quinta-feira é o depoimento dele. O depoimento dele tá lá escrito, sobre a folha.
J: Então, tudo estar direcionado pra folha? Não tem nada direcionado.
S: Não, não. Tá tudo direcionado pra folha. A partir daí da folha, se eles chegarem ao objetivo deles, que é prender gente, fazer a parte deles, de repente vai morrer aí, mas é noventa e nove por cento que a Daura está demitida.
J: Não tem como ela fugir disso.
S: É Daura, Mônica, Edmilson, as pessoas que estavam envolvidas nisso. Infelizmente a Jaciara vai, porque ela meteu a Jaciara nisso.
J: (...)
S: Ninguém sabia cara, pensa que é sacanagem, ninguém sabia disso.
J: Meu Deus, eu estava realmente deitando com o inimigo.
S: Tanto é, que só a Jaciara sabia, porque a amizade delas é incontestável.
J: tu me deixaste agora. Tu me abalaste agora.
S: Ninguém tá envolvido nisso. Nem eu, nem Rosana, nem Regina, Cristina, ninguém, ninguém. Quem tá do financeiro, a única pessoa é a Jaciara, entendeste? Só que ela ainda não foi indiciada.
J: Égua cara, eu conheço a Jaciara, eu conheço a intimidade da Jaciara, pra mim não é.
S: Não é mal caráter, não é mal caráter, ela só obedeceu ordem. E aí o que vai acontecer, o Ministério Público vai achar todo esse bolo, as pessoas maiores já estão sendo ouvidas, porque se mexer a nível de licitações, aí vai o Mario Couto, vai o Juvenil, o Milquinho.
J: Vai buscar o Carmona.
S: Mas o Carmona eles não pegar. Porque a cagada toda é do Mario Couto pra cá.
J: Maior né?
S: É, a maior. As outras anteriores é mais difícil. Pelo reflexo total, o quê que acontece: o Mario Couto sabe todos os podres do Carmona, Carmona sabe todos os podres do que eram do Luis Otávio, O Luis Otávio sabe todos os podres do Zenaldo, entendeste? Um sabe a cagada do outro, então isso aí, é um efeito dominó. A minha questão de eu vir aqui contigo e o que eu conversei com o Dr. Sergio, é pra livrar o meu departamento, o que eu quero é suporte para o meu departamento, pra minha história, é onde eu posso defender, é o que eu sei defender.
(...)
J: É uma sinuca de bico.
S: Pois é, eu tô te perguntando, se tu disser, olha Sandro, de repente na quinta-feira o que o Dr. Sergio vai dizer lá, que é o que ele tem que dizer, como eu falei, o senhor tem que dizer a verdade.
(...)

[20min37seg]
J: Aí eu fico numa situação Sandro, eu sinceramente Sandro, eu tô perdido Sandro, eu tenho minha consciência tranqüila que eu nunca recebi nada da Assembléia, eu nunca recebi um cheque da Assembleia.
J: Como é que tu sabes que eu vou justificar, se tu sabes que até alteração de empresa ela fez, sem me participar, eu tenho minha assinatura falsificada pela Daura.
(...)

[22min25seg]
S: O que a gente tá propondo, é exatamente isso: agente ver os custos de um advogado pra acompanhar, pra fazer, porque quando eles chamarem. Lá, o que eles vão querer saber – tu trabalhou lá na Assembleia, tu fez algum serviço lá, no nome da tua empresa, fiz, entendeu? A partir do momento que tu diz, não fiz, então o pessoal, quem fazia? Aí vai ter uma outra dimensão de indagada, entendeste?
(...)

[30min13seg]
S: O medo vem de modo geral, pra mim, pra ti, pra todos nós, pra todo mundo, entendeste? Então, o que eu queria que tu pesaste era isso. Se vale a pena, tu chegar lá e defender uma causa que todo mundo tá querendo levar junto ou se tu decide...
J: Com quem tu conversaste?
S: Eu conversei única e exclusivamente com o Dr. Sergio.
J: Sergio.
S: Que eu fui chamado ontem; eu tava viajando.
J: O que ele quer na verdade é que faça uma unidade.
S: Não, o que ele quer é fazer uma unanimidade de conversa pra gente se defender. Por que o que vai acontecer? O que tá comprovado, que eles tem prova, cabais, que não tem como sair, é a falsificação de nota fiscal.
J: Pelo o que tu acompanhaste, pelo o que tu viste.
S: No caso de obra.
J: Pois é, era isso que eu ia te perguntar.
S: Eles não tem prova de nada. Eles prova de que?
J: E se a Daura chegar lá e, na base da pressão do Ministério Público, justiça, o cacete. Não, também existia um esquema na licitação, havia isso, aquilo e tal. E aí?
S: É a palavra dela contra a do grupo; qual é a moral que ela vai ter?
(...)

[34min06seg]
J: Eu pedi pra Daura e pra Rosana, me dei R$ 220.000,00 pra eu negociar com a receita. Se for preciso até isentar vocês com o meu (...) porque eu faço, eu vou para o cartório, eu faço qualquer porra, aí debocharam da minha cara. Foi quando eu pedir a casa do Mosqueiro, foi quando riram de novo, foi quando o último recurso foi o com o Sergio.
S: Dr. Sergio.
J: Eu disse – Sergio!
S: Eu fui uma das pessoas que quando eu vi que as coisas estavam se repetindo, porque por duas vezes ela prometeu, ir lá e não foi; prometeu pra mim; foi quando ele me ligou dizendo que não era mais pra eu atender que ele já estava resolvendo tudo.
(...)

[40min41seg]
J: Eu constituir um advogado hoje, custa isso, custa aquilo outro, meu parceiro, tá foda.
S: Pois é, isso que eu queria que tu visse, porque nisso daqui, a gente vai se movimentar para levantar esse dinheiro pra resolver. Essa foi... agora eu vou precisar de um valor né. Tu disesse, olha o advogado é tanto.
J: Não sei te dizer.
S: Ai o restante.
J: Eu não sei.
S: Lógico que tu não tem como, até porque tu tens que conversar com ele.
J: Não tenho noção de honorário.
S: (...) Lógico que essa questão dos teus impostos da empresa, eu não tenho autorização pra falar disso daí e nem te prometer nada, mas eu posso levar pra ele e dizer – se o senhor quiser falar com ele.
(...)

[49min39seg]
J: Só de receita federal são mais de R$ 250.000,00, pelo amor de Deus!
(...)

[52min53seg]
S: Deixa eu te falar: eu estou falar com o Dirceu, eu estou indo atrás do Dirceu, aquele que era o presidente da comissão de licitação, na época, o Dirceu Pinto Marques, então eu estou indo pra falar com ele pra saber como é que ele vai se posicionar, ele era a pessoa direta do Mario, mas eu vou levar essa mensagem da nossa conversa todinha para o Dr. Sergio e que a única coisa que tu queres é deixar de ser perseguido pela Daura e receber.
J: Deixar de ser perseguido eu estou quase pra perder a minha casa.
S: E receber e naquilo que ele puder ajudar com advogado ou com essa ação da casa.
J: Essa ação da casa.
S: Pelo menos esses dois de imediato. E pelo menos ficar numa promessa da receita.
J: Uma promessa eu não vou te dizer (...)
S: Da receita, uma ajuda pra pagar.
(...)

[56min45seg]
J: O que tu podes antecipar pra ele é que eu estou disposto a colaborar com o grupo.
S: (...)
J: Não esquenta a cabeça não Sandro. Tu podes antecipar para o Sergio o seguinte – eu estou disposto sim a colaborar com o grupo, até mesmo porque vocês não tem nada haver com a porra da patifaria da Daura lá
S: Até mesmo porque.
J: A gente tá num barco só.
(...)

[58min05seg]
S: Doze por cento referente aos impostos, pagava os impostos.
J: Ela comeu; ele me disse que ele repassou duas vezes, o Sergio me disse, eu passei a primeira vez, mas teve um problema não sei do quê, ela e a Rosana, aí ele teve que pagar de novo, aí foi recolhido duas vezes, dizendo ele.
S: Certo!
J: Ele passou duas vezes o dinheiro para a Daura e pra Rosana.
S: Era um contador nera?
J: Era um contador.
S: Um contador que falsificou nota e recolhimento, porque o recolhimento que tinha lá era falso, isso eu cheguei a ver.
J: Pois é, eu te pergunto o seguinte: como que dão brecha para um porra desse fazer.
S: Quando eu descobrir que tava tudo falso, eu disse – ei rapa! Foi quando eu indiquei o seu Hélio com o Christian pra ele resolver tudinho lá, se não a coisa ia tá bem pior, graças a Deus, deu pra gente conservar uma porrada de coisa, ficou tudo legal.
J: Tu achas que ali não ficou nenhum rabo de gato ali não?
S: Eu acho que o mais grave. Qual é o que tu achas de mais grave dos rabo de gato?
J: Olha, eu...
S: Foi a questão de não sei qual empresa, que a gente teve que antecipar ela na Jucepa. Não, porque na Jucepa, ela não tinha engenharia depois da, acho que foi na JC.
J: Acho que foi na minha empresa.
S: Foi que não tinha o motivo
J: Foi na JC sim.
S: Foi que não tinha o motivo da Regina Barata, né
J: Foi na JC sim.
S: Que não tinha como justificar uma licitação retroativa de 2004.
J: Isso! Foi feito tudo retroativo.
S: Nessa época em 2004 eu nem era da comissão ainda. Aí como é que a gente vai fazer, aí eu tive que ir lá na Junta Comercial pagar Deus e o mundo pra trocar aquela porra.
J: Foi retroativo.
S: Foi retroativo.
J: Eu me lembro.
S: Agora se o cara fez tudo certinho lá dentro da Junta Comercial.
(...)


[1h02min16seg]
S: Quando eu descobrir que tinha um monte de nome, eu fui lá, que não era só o da Mônica, eu fui lá, aí quais foram os nomes que eu vi: Bruno Fonseca, Jaciara, Daura e Assad, esses quatro nomes eu vi, aí eu disse caralho.
J: Contra-cheque isso.
S: Aí o rapaz disse, todos os funcionários do...
J: Junior Hage.
S: Do Junior Hage, todos os funcionários do Rob Gol, uma pessoa do (...). Aí eu disse – me dá essa cópia aí; aí ele me deu.

ÍNDICE: B0060312
OBSERVAÇÃO: José Carlos x Sandro

ÍNDICE: B0070312
OBSERVAÇÃO: José Carlos x Sandro

(Transcrição iniciada a 15min47seg da gravação)

(...)
S: A folha atinge os presidentes, os contratos atingem todo mundo. Tem contratos de interesse do PT, do PMDB, do PSDB, entendeste? A cagada vai ser generalizada. E hoje em dia eles não têm provas cabais de nenhum contrato, entendeu Carlos? Então, o que a turma se propõe: não adianta a gente fraudar a JC agora, se a cagada agora está no Ministério Público e a Rosana tá com medo.
J: A Rosana tá enrolada pra caramba.
S: Eu acho que ela vai se enrolar porque ela não sabe se foi gravado ou não (barulho)

[20min 48seg]
J: Sandro, eu vou te colocar uma situação aqui, que noventa por cento de tudo que foi feito com JC eu não sabia de nada, meu parceiro, inclusive com um detalhe, até as alterações na Junta Comercial eu não sabia de nada, a (...) foi aberta sem eu saber de nada.
S: Não, as últimas alterações tu soubeste sim.
J: Não, sabes como eu soube? Josimar chegou lá, de noite na casa, disse assim mesmo: olha tem uns negócios pra ti assinar da Junta Comercial lá no escritório do Sandro, foi quando eu vim saber dessa história, até então.
(...)


ÍNDICE: B0080313
OBSERVAÇÃO: nada digno de registro







ÁUDIOS DA PASTA “C”

ÍNDICE: C0010101
OBSERVAÇÃO: ruído

ÍNDICE: C0020101
OBSERVAÇÃO: nada digno de registro

=============================================================================

Culpa

Eu procrastino
Pego filmes na locadora que não vou ver
Esqueço de devolver e pago multas
Pago contas com atraso.
Acordo tarde, chego atrasada ao trabalho e passo o resto do dia correndo.
Anuncio dietas que nunca serão concluídas.
Pago a academia, mas sempre abandono os exercícios.
Adio decisões, troco deveres por prazeres.
Sei que escrever isso aqui não vai aplacar minha culpa. No fundo o que eu quero é solidariedade. Alguém que diga, ah, eu também cometo esses pecados.
Não, melhor não.
Chega de condescendência.

sem tempo

Reclamo que ando sem tempo para escrever e um amigo lembra que todo dia tem matéria minha no jornal.
Mas juro que para mim isso não é escrever. Porque matéria para jornal tem meio que um jeito de fazer e, enfim, é trabalho.

Não é um hobby ou diversão.

Ando bem cansada e o cansaço me deprime um pouco.

Fico com essa sensação de que estou perdendo alguma coisa da vida, consumida pela rotina como quem pedala apenas para não cair, sem aproveitar o passeio.

E como sempre eu tenho feito planos, mas cansei um pouco das minhas listas de tarefa porque agora decidi que vou investir em um ou dois projetos.

Cansei de querer dominar o mundo.

Bandeira branca para o relógio biológico

Sempre achei que pessoas capazes de acordar cedo e de bom humor serão mais bem sucedidas, felizes e, se desejarem, magras.
Invejo quem madruga, faz tudo rápido, sai do trabalho cedo e volta para casa.
No meu caso, cedo nem é cinco da tarde. Estava pensando em algo mais cristão, tipo 8, 9 da noite.
Mas não tem jeito. Meu relógio biológico veio com defeito de fábrica e o auge da minha produtividade é lá pelas quatro da tarde. Se a missão for interessante, posso ficar até 4 da manhã sem problemas.
Acho que por isso, vou empurrando as atividades para a noite até que chega a madrugada e eu ainda estou acorda.
Sou um desastre pela manhã.
Feito esse preâmbulo vou contar que numa segunda-feira, primeiro dia útil de um mês qualquer, decidi que mudaria tudo na minha vida: acordei cedo (com ódio), comecei as tarefas e no meio da tarde, já estava com tudo encaminhado. Mas ai a chefa ligou e pediu uma missão extra. Comecei a ligar para as pessoas com quem precisava falar por volta de oito da noite, mas ninguém atendia.
Às 10 da noite já estava meio surtada, pensando num plano B (sim porque não dá para simplesmente ligar e dizer que o trabalho não rolou. Tem que ter uma solução), então eis que nesse momento, os contatos que tinha feito no início da noite começaram a dar resultados.
Todo mundo retornando ligação e quase meia noite, ainda estava falando com entrevistado (tem mais notívagos neste mundo do que imagina nossa vã rotina).
Depois vem a sessão de checagem das informações e, no final de tudo, quando me preparava para fechar o boteco, ainda recebo telefonema do chefe da chefa querendo saber se o que escrevi era aquilo mesmo (pensa que a vida é bolinho?).
O bom foi que o chefe da chefa ficou meio impressionado com minha disposição àquela hora. Moral da história, já tem tanta gente que acorda cedo e que dá conta das coisas pela manhã que talvez possa ser um diferencial ser uma profissional que rende mais à noite.
Acho que estou fazendo as pazes com meu relógio biológico, mas juro: ainda invejo quem acorda às 6 e vai para o pilates linda e magra.

Em 05/08/2010

o fim do amor

Como narciso no lago, encantara-se com seu reflexo naqueles olhos até perceber que a imagem não era sua
Desvairada, gestos abruptos, indiscreta e cínica
Louca por uma migalha de atenção.
Envergonhada, recolhera-se
Fugia dos espelhos
Os reflexos faziam sangrar as retinas
Tornara-se cega

Mau tempo

Ou o tempo mau

Tenho tido uma relação conflituosa com o tempo.
Impressão de que ele não me dá mais trégua.
Vai seguindo um caminho, apressado.
Não permite pausas.
Parece ter me desafiado.
Está contra mim.
Corro.
Perco o fôlego.
Desejo um armistício
Ele, impiedoso, não aceita negociar.
Rejeita minhas barganhas.
Cobra faturas.
Sempre altíssimas.
Estou contra ele.
E já me sinto vencida.

Desarrumado

A vida anda meio torta
Tudo parece fora do lugar
O melhor a fazer seria um esforço de organização.
Mas falta paciência
Sobra ansiedade
Sinto que algo está para acontecer, não sei se para o bem ou para o mal.
Enquanto aguardo, vou me equilibrando como uma criança numa bicicleta sem rodinhas de segurança

Quem Confessa

Minha foto
Escritora iniciante, filósofa frustrada, psicóloga de botequim, jornalista por opção ou falta

Seguidores